Os indivíduos em uma sociedade não interagem aleatoriamente, mas preferencialmente interagem com um pequeno subconjunto local de toda a população, ou seja, seus amigos e vizinhos. Essa imagem naturalmente se traduz em uma descrição de rede. As redes sociais, ou seja, o conjunto de relações em um grupo social, influenciam e restringem, muitas vezes de maneiras não triviais, as escolhas dos indivíduos: a interação pode mudar o comportamento, o que por sua vez pode promover a proximidade, permitindo uma interação posterior. A Física Estatística pode provar ser uma ferramenta bastante eficaz para descrever a interação entre interações e topologia: uma vez que os detalhes das interações sociais que ocorrem na rede foram especificados, pode-se frequentemente categorizar os diferentes estados de uma determinada sociedade estilizada como os diferentes fases do modelo estatístico correspondente.

Nesta palestra, apresentarei dois exemplos dessa linha de raciocínio, um referente à redução espetacular da mobilidade social emergente em sociedades cujos indivíduos valorizam muito o status social, o outro relacionado à aprendizagem social, ou seja, a capacidade de uma sociedade de agregar adequadamente o informações barulhentas se espalham por seus indivíduos, a fim de tomar as decisões corretas sobre assuntos relevantes.