Da sala de aula ao mercado: como a pós-graduação na FGV EMAp impulsionou a carreira de Renato Aranha

Mestre em Matemática Aplicada, carioca aplica técnicas de machine learning a desafios da indústria de energia na Petrobras e compartilha conhecimento como professor da FGV

Renato Aranha se formou mestre na FGV EMAp em Matemática Aplicada | Foto: Arquivo Pessoal

Renato Aranha se formou mestre na FGV EMAp em Matemática Aplicada | Foto: Arquivo Pessoal

A trajetória de Renato Aranha é um exemplo de como a pós-graduação na Escola de Matemática Aplicada da Fundação Getulio Vargas (FGV EMAp) pode transformar carreiras e abrir caminhos tanto na academia quanto no mercado. Hoje, o profissional de 39 anos concilia duas frentes de atuação: é cientista de dados na Petrobras, uma das maiores empresas de óleo, gás natural e energia do mundo, e professor da própria FGV, onde leciona as disciplinas Métodos Matriciais e Análise de Clusters (no MBA em Business Analytics Big Data) e Machine Learning (Formação Executiva em Big Data). 

Essa rotina exige equilíbrio entre a pesquisa aplicada, o desenvolvimento de soluções tecnológicas e a formação de novos profissionais – algo que, segundo ele, só é possível graças à sólida formação recebida na Escola. 

“O arcabouço teórico e prático que tive na FGV EMAp é essencial para o que faço hoje. Na Petrobras, aplico diariamente conceitos avançados de estatística, ciência de dados e machine learning em desafios complexos na área de Geofísica. Na FGV, compartilho essa experiência com os alunos, mostrando como a matemática aplicada está presente em problemas reais de impacto nacional e internacional”, afirma. 

Para Renato, a grande força do mestrado na instituição é justamente preparar o aluno para transitar entre diferentes contextos: pesquisa acadêmica, atuação em empresas globais e docência. Essa capacidade de unir excelência acadêmica com aplicação prática reflete um dos maiores diferenciais da FGV EMAp.

Renato durante sua dissertação de mestrado na Escola - a pós fez o carioca encontrar a síntese perfeita entre a profundidade teórica e a possibilidade de transformar dados em conhecimento útil | Foto: Arquivo Pessoal

Renato durante sua dissertação de mestrado na Escola - a pós fez o carioca encontrar a síntese perfeita entre a profundidade teórica e a possibilidade de transformar dados em conhecimento útil | Foto: Arquivo Pessoal

Sua estrutura oferece uma formação rigorosa, que exige profundidade conceitual, mas ao mesmo tempo promove o contato com problemas do mundo real, redes de relacionamento com empresas e parcerias de pesquisa. “No meu caso, todo esse conjunto foi determinante. A FGV EMAp foi o elo entre minha base acadêmica, meu ingresso no mercado de alta tecnologia e, mais tarde, meu retorno como professor”, destaca ele.

Da infância ao encontro com a Matemática Aplicada

Nascido e residente no Rio de Janeiro, Renato cresceu cercado por referências acadêmicas dentro de casa. O pai, professor de Física, e a mãe, estatística, sempre estimularam a curiosidade científica do filho, que desde pequeno se interessava por experimentos, cálculos e desafios de lógica. “Eu lembro de observar os experimentos de física que meu pai preparava para suas turmas e de acompanhá-lo ao Observatório Nacional para observar o céu. Esses momentos despertaram minha curiosidade sobre os fenômenos da natureza e como eles podiam ser explicados de forma simples e fascinante”, conta.

Esse ambiente familiar voltado para as Ciências Exatas influenciou as escolhas de Renato no vestibular. Entre Matemática, Sistemas de Informação e Física ele optou por esta última.

Durante a graduação, desenvolveu um forte apreço pela forma como a Física explicava o mundo, e logo percebeu que a Matemática desempenhava papel central em todas as modelagens, teorias e análises. Foi nesse momento que nasceu sua paixão pela Matemática Aplicada.

Ao longo da formação em Física, Renato aprofundou-se em áreas que envolviam experimentações e modelagem computacional, o que naturalmente o aproximou da ciência de dados. “Percebi que a Matemática não era apenas uma linguagem de apoio à Física, mas uma ferramenta com vida própria, capaz de gerar soluções para problemas complexos em qualquer área”, recorda. Esse despertar o motivou a buscar novos caminhos que unissem sua bagagem em Física com a aplicação direta da Matemática em problemas concretos.

A decisão de seguir para a Matemática Aplicada foi, portanto, um divisor de águas. Foi nela que Renato encontrou a síntese perfeita entre abstração e aplicabilidade, entre a profundidade teórica e a possibilidade de transformar dados em conhecimento útil. Essa escolha o levou à FGV EMAp, onde daria início a uma nova etapa de sua vida acadêmica e profissional.

A experiência no mestrado da FGV EMAp

Renato destaca que a passagem pela Escola foi um marco decisivo em sua trajetória. Essa combinação o preparou não apenas para compreender conceitos matemáticos avançados, mas também para traduzi-los em ferramentas de impacto real no mercado.

Renato concilia a rotina de professor na FGV com a de cientista de dados na Petrobras | Foto: Arquivo Pessoal

Renato concilia a rotina de professor na FGV com a de cientista de dados na Petrobras | Foto: Arquivo Pessoal

Ele lembra que a rotina intensa do mestrado exigia disciplina e resiliência. “Foi um período de muito estudo e dedicação, mas também de descobertas intelectuais. Cada disciplina era desafiadora e parecia abrir uma nova janela de possibilidades de pesquisa e aplicação prática”, relembra. O contato com professores altamente qualificados e com colegas de diferentes áreas também contribuiu para a formação de um repertório diversificado, essencial em sua atuação atual.

O networking proporcionado pela FGV EMAp foi outro ponto crucial. Durante o curso, Renato teve a chance de interagir com profissionais de ponta e de participar de projetos de pesquisa aplicada que ampliaram sua visão de carreira. Essa rede de contatos abriu portas para oportunidades na IBM e, mais tarde, a sólida formação acadêmica obtida foi decisiva para sua aprovação em concurso da Petrobras. “A Escola não apenas me forneceu conhecimento técnico, mas me inseriu em um ecossistema de inovação e excelência acadêmica que fez toda a diferença”, afirma.

Sua dissertação propôs um método para estimar o diagrama fundamental macroscópico de tráfego do Rio de Janeiro a partir de dados de GPS de ônibus. “Esse trabalho me ensinou a lidar com dados massivos e ruidosos, experiência muito próxima dos desafios que enfrento hoje na indústria”, explica. Mais do que um exercício acadêmico, a pesquisa representou um passo importante para aproximar a teoria da realidade urbana brasileira.

O carioca lembra com entusiasmo como foi aplicar um tema matemático sofisticado diretamente na vida prática da cidade onde nasceu. “Foi um momento de realização pessoal e profissional. Eu pude usar conceitos avançados de modelagem e estatística para lidar com um problema concreto do Rio de Janeiro, que é o trânsito. Era a prova de que a Matemática Aplicada pode, sim, transformar a realidade das pessoas”, comenta. 

Professores também destacaram o impacto de seu trabalho, já que conectava um desafio urbano urgente com a sofisticação de métodos matemáticos. Essa visão aplicada fortaleceu sua convicção de que a Matemática Aplicada não deve se limitar a equações abstratas, mas precisa buscar impacto direto na sociedade.

Atuação na Petrobras: ciência de dados a serviço da energia e da inovação

Na Petrobras, Renato encontrou um ambiente em que a ciência de dados e a Geofísica se conectam a desafios estratégicos para o país. Ele atua em projetos ligados à interpretação de volumes sísmicos, etapa essencial para a exploração de petróleo e gás. “Nosso trabalho é transformar informações brutas, coletadas em profundidades de até 7 mil metros, em conhecimento claro e acionável para geólogos e engenheiros. Utilizamos modelos de machine learning que identificam padrões em grandes massas de dados sísmicos, algo muito difícil de ser feito apenas com a análise humana”, explica.

Entre os projetos que participou, destacam-se iniciativas voltadas para a automação da interpretação sísmica, permitindo que geocientistas analisem grandes volumes de dados de forma mais ágil e consistente. “Hoje, conseguimos extrair informações relevantes com maior precisão e confiabilidade. Isso não só reduz custos como também aumenta a assertividade na tomada de decisão em um setor estratégico para o Brasil”, afirma. A utilização de redes neurais e algoritmos de classificação também tem sido fundamental para reduzir riscos na exploração, melhorando a priorização de áreas com maior potencial, ajudando a evitar perfurações desnecessárias e otimizando recursos.

Na Petrobras, Renato encontrou um ambiente em que a ciência de dados se conecta a desafios estratégicos para o país | Foto: Arquivo Pessoal

Na Petrobras, Renato encontrou um ambiente em que a ciência de dados se conecta a desafios estratégicos para o país | Foto: Arquivo Pessoal

Outro ponto que Renato valoriza é o impacto coletivo do trabalho. “Na Petrobras, entendi a dimensão social e econômica do que fazemos. Nosso esforço em ciência de dados aplicada à Geofísica contribui para garantir a autossuficiência energética do Brasil e reforça a presença do país no mercado internacional de energia. É ciência aplicada que tem impacto direto na vida de milhões de brasileiros”, ressalta.

Vínculo permanente com a FGV

Paralelamente, Renato mantém forte vínculo com a Fundação como professor de dois cursos de MBA. “Dar aulas na mesma instituição em que me formei é uma forma de retribuir e inspirar novas gerações”.

Para quem deseja seguir o mesmo caminho, Renato recomenda aproveitar ao máximo a experiência na FGV EMAp. “Mergulhe nos conceitos teóricos, mas busque também aplicar esse conhecimento em projetos práticos. E, principalmente, construa sua rede de relacionamentos – ela pode abrir muitas portas, tanto na academia quanto no mercado”, aconselha.

Renato em saída de campo pela Petrobras, estudando o processo de formação das camadas geológicas de sal | Foto: Arquivo Pessoal

Renato em saída de campo pela Petrobras, estudando o processo de formação das camadas geológicas de sal | Foto: Arquivo Pessoal

A história de Renato Aranha é um exemplo de como a pós-graduação na FGV EMAp prepara profissionais capazes de transitar entre a pesquisa acadêmica e os desafios do mercado, transformando conhecimento matemático em soluções inovadoras para problemas reais.

Inscrições abertas para a pós-graduação

As inscrições para os cursos de pós-graduação da FGV EMAp estão abertas até 30 de setembro. A Escola oferece programas de Mestrado e Doutorado em Matemática Aplicada e Ciência de Dados, voltados para quem deseja se aprofundar na pesquisa, na modelagem matemática e em aplicações inovadoras nas mais diversas áreas.

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